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Paraíso dos mergulhadores: recife artificial marinho é destaque em Guarapari
Incorporado ao projeto de “Recifes Artificiais Marinhos do ES”, o afundamento da embarcação Victory 8B acendeu um farol…
Incorporado ao projeto de “Recifes Artificiais Marinhos do ES”, o afundamento da embarcação Victory 8B acendeu um farol sobre Guarapari e foi considerado um marco para todo o Espírito Santo
Desde o afundamento, que aconteceu em 2003, a 12 km da costa de Guarapari e entre as ilhas Rasas e Escalvada, o navio de bandeira grega Victory 8B segue cumprindo o papel de Recife Artificial Marinho e ponto obrigatório para mergulhadores que visitam Guarapari. “O mergulhador é um explorador nato, diferente do turista comum, quer ir além. Nesse contexto, o Victory, até hoje, atrai turistas de todo o Brasil e do mundo à Guarapari”, ressaltou Julio Yaber, proprietário da empresa Atlantes, que participou ativamente de todo o processo.
De acordo com Julio, as pessoas vibram com o Victory, seja pela vida marinha, seja pela embarcação de grande porte ou pela singularidade do ambiente. A escolha foi baseada em um estudo que identificou a biodiversidade marinha de Guarapari como a maior Brasil. “Eu posso dizer que a pesquisa só confirmou o é que possível notar apenas com um mergulho simples. Já mergulhei por toda costa brasileira e Guarapari é diferente, o impacto é imediato, até por isso a água é um pouco mais turva, está cheia de vida”, completou.
Além de movimentar a economia através do turismo e do marketing que envolve o Victory, o projeto criou um local de estudos e pesquisas. Um recife artificial marinho pode ser definido como uma estrutura colocada pelo homem, que preparada para tal, se torna ponto de atração e surgimento de vida marinha, plantas e animais. O local escolhido para o lançamento do navio grego não existia vida marinha e foi completamente transformado. “Podemos dizer que era um deserto e, seis dias após o afundamento, a embarcação estava toda ‘aveludada’, tomada por algas. Cardumes já se abrigavam nela e se alimentavam do plâncton. Dois meses depois, o Victory estava todo tomado por vida marinha, acompanhamos essa sucessão biológica”, descreveu Yaber, lembrando que foi uma oportunidade única acompanhar animais que nasceram na embarcação.
Linha do tempo*:
2003
Em 03 de julho de 2003, foi realizado o afundamento do navio Victory 8B, posto em posição de navegação entre 15 e 35 metros de profundidade, transformando-o no maior Recife Artificial da América Latina, entre as ilhas Rasa e Escalvada, em Guarapari.
2002
Em fevereiro, foi assinado um Convênio de Assistência Técnica entre a Fundação Cleanup Day (FCD), o Governo do Estado do ES, a Marinha do Brasil, o IBAMA, e outros órgãos e empresas. A Direção de Hidrografia Naval (DHN) aceitou as coordenadas sugeridas pela equipe de biólogos e oceanógrafos, a 12 km da costa de Guarapari.
1999
Naquele ano, a Secretaria de Meio Ambiente do Espírito Santo incorporou o navio ao projeto “Recifes Artificiais Marinhos do ES” (RAM-ES). A partir daí, começou uma série de pesquisas para determinar o local apropriado para a criação do recife. Foram necessários 500 dias de trabalho para deixar o navio totalmente limpo e pronto para o lançamento controlado.
1997
O navio de bandeira grega Victory 8B foi apreendido a pedido do Banco Central da Grécia, em agosto de 1997. Após permanecer dezoito meses a bordo do navio apreendido, já sem combustível, água potável e comida, a tripulação de 22 romenos pediu extradição a Polícia Federal e o cargueiro de mais de quatro mil foi abandonado na baia de Vitória.
*Fonte: Atlantes